sábado, 23 de abril de 2016

Temor e Tremor, Frygt og Boeven,1843.

Dicionário de Obras Filosóficas

de Denis Huisman
Edição/reimpressão:2000
Páginas: 610
Editor: Martins Fontes
ISBN: 9788533612518
Idioma: Português do Brasil
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Kierkegaard,Søren Aabye ,Filósofo dinamarquês ,1813-1855.

Temor e Tremor, Frygt og Boeven,1843. p. 520

Publicada sob o pseudônimo de Johannes de  Silentio, essa obra descreve o que é a fé através da exegese ha história de Abraão. No gênese, Deus dá a Abraão um filho , Isaac, mas em seguida pede-lhe que o sacrifique. Ora, durante o holocausto, Deus poupa Isaac, substituindo por um carneiro. Abraão  é o " é o pai da fé", portanto se resigna ao sacrifício graças à confiança que tem na palavra de Deus( que lhe promete que se filho reinará sobre nações), ainda que essa confiança seja absurda, pois ele deve sacrifica-lo. Desse ato de fé depreende-se dois movimentos. O primeiro é a resignação(*aceitação sem revolta diante dos sofrimentos da existência) diante da ordem de Deus :Abraão duvida e estremece de angustia por seu filho, "aquele que ele ama", mas resigna-se porque ama e teme Deus acima de tudo. Mas ao mesmo tempo - segundo movimento  -, porque ama a Deus acima de tudo, Abraão tem confiança e sabe que Isaac lhe será devolvido. Assim, o paradoxo da fé se expressa para além da razão: quando "a esperança se tornou absurda, Abraão acreditou".
      Esse duplo movimento dialético permite compreender a relação do individuo com a moral. Quando se resigna, o individuo com a moral. Quando se resigna, o individuo só faz colocar-se sob a ordem de valores morais gerais:" A resignação infinita comporta o consolo na dor", pois a crença em  Deus permite esperar um eternidade melhor, e a resignação é o reconhecimento da primazia do Geral sobre o Individuo. Assim, o herói trágico racionaliza sua dor expressando-se para os outros, que a entendem e se compadecem. Inversamente , Abraão fica sozinho, sem mediação em seu combate, mas salva Isaac graças à sua fé. Superando a Ética e a Estética do Geral, ele se afirma como individuo superior à razão moral "numa relação absoluta com o absoluto", que faz dele o "cavaleiro da fé".
    Quando começo a refletir sobre Abraão sinto-me como aniquilado". Kierkegaard exprime assim sua impotência tanto para compreender o paradoxo da fé quanto para coloca-lo em prática na sua vida pessoal: noivo de Regine Olsen, ele rompe - resigna-se - mas não consegue reavê-la (como Abraão recupera Isaac). Permanece na angústia, primeiro movimento, o praticado pleos filósofos: Descartes (a dúvida),Sócrates ( a ignorância). Censura Hegel por não ter visto que, para além da Razão, há o ato de fé, e a Igreja não pode compreender Abraão, mas o ele mesmo não pode explicar como ter acesso à fé ( o que Jaspers tenta em sua Introdução à filosofia*). 

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