sexta-feira, 29 de julho de 2016

Pequeno artigo sobre Kierkeergaard na Enciclopédia Delta


NOVÍSSIMA enciclopédia Delta Larousse. Rio de Janeiro: Delta, 1982. 10 v.  (Paginas 1129-1130 volume 6)


KIERKEGAARD (Sóren Aabye), filósofo dinamarquês (Copenhague 1813-id. 1855) Marcado por um pai austero e devoto e pelo rompimento de seu noivado com Regina Olsen, só meditou sobre a existência com a intenção de mudar sua própria vida. Se essa determinou de tal maneira sua obra, foi porque lhe importava, antes de tudo, "encontrar uma verdade válida para mim mesmo" (Diário). Ou isto ou aquilo (1843), Temor e tremor (1843), Migalhas filosóficas (1844), O conceito de angústia (1844), Etapas no caminho da vida (1845), O tratado do desespero (1849) afirmam incessantemente que "a verdade é a subjetividade". Essa concepção levou-o a criticar os sistemas filosóficos (sobretudo o de Hegel) e a analisar sua situação pessoal diante de Deus. Em vez de ordenar o homem de acordo com idéias, Kierkegaard ordena as idéias em relação à existência humana. Tal existência, segundo ele, passa pelos estádios estético (a espontaneidade e a libertinagem), ético (a boa consciência) e religioso . ("a resignação infinita"). A religião é assim 
o mais elevado estado da existência e "o cristianismo não é uma doutrina, mas uma mensagem existencial". Sua filosofia é considerada o primeiro dos existencialismos.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

No centenário de Kierkegaard ; A deshumanização de Kierkegaard / por Ernani Reichmann



autoria:Reichmann, Ernani, 1920-1984
Título:No centenário de Kierkegaard ; A deshumanização de Kierkegaard / por Ernani Reichmann
Edição:[1. ed.]
Imprenta:Curitiba : [s.n.], 1955.

Descrição física:121, [3] p. ; 21 cm
Série:Kierkegaardiana
Notas:Obra publicada por ocasião do primeiro centenário da morte de Kierkegaard.
Dedicatórias impressas a João Eugênio Zimmermann (1º trabalho) e a Tadeu Wojcik, Anésio de Tullio. e outros (2º trabalho).
Os dois títulos foram publicados com paginação contínua.
Referência : Moreira, J. E. Dicionário bibliográfico do Paraná, 1960. p.560.
Encadernação em papelão e papel fantasia, com pontas e lombada em percalina vermelha, gravada em dourado.
Título da lombada : A Deshumanização de Kierkegaard.
Em página preliminar, dedicatória assinada ao Prof. David, datada de 03.02.96.
Na mesma página, ex-libris de David Carneiro.
Títulos adicionais:A deshumanização de Kierkegaard 
Classificação:198.9 
Assuntos:Kierkegaard, Soren, 1813-1855
Filosofia dinamarquesa
Livros raros 

VENDO ARQUIVO DIGITAL DESTE LIVRO
INTERESSADOS :  ernani_augusto@yahoo.com

DICIONARIO DOS FILóSOFOS -Autor: HUISMAN, DENIS/Tradutor: BERLINER, CLAUDIA

Sobre o Dicionário:

Editora: MARTINS EDITORA
Assunto: Filosofia
Idioma: PORTUGUÊS
Edição: 1
Ano: 2001
País de Produção: BRASIL
Nº de Páginas: 1056

Sobre o Autor organizador.:

Denis Huisman, nascido 13 de de Abril de 1929 (87 anos) , em Paris , é um professor de filosofia e empresário francês especializado em educação.

Ele é mais conhecido por ter dominado o mercado de livros didáticos filosofia em 1970 , com seu livro O Tratado Tribunal de filosofia , em colaboração com André Vergez e Louis Leprince-Ringuet , e com uma profusão de livros em comum filosofia, diminuindo as múltiplas possibilidades oferecidas pela combinação do ensino de filosofia com métodos de marketing. Nem associado ou Normale Denis Huisman é o protótipo do espírito empreendedor que desenvolveu uma série de mercados;primeiro o de nicho educacional filosofia mercado editorial e o de educação executiva em instituições privadas, o grupo oferece uma muito rica paleta de instituições de formação espalhados por todo o país e no estrangeiro.



Artigo Sobre Kierkegaard neste livro encontra-se nas páginas  565-573.
Escrito por: PETER KEMP.                                                 


O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard nasceu em 5 de maio de 1813 em Cope­nhague, último dos sete filhos de Michael Pe­dersen Kierkegaard. O pai era natural de uma fa­zendola (Gaard) perto de uma igreja (Kierke),donde o nome Kierkegaard, situada no povoado de Saedding, no Oeste da Jutlândia. Enviado a Copenhague aos onze anos, seu pai aprendeu o oficio da malharia e não tardou em fazer imensa fortuna. Retirou-se do comércio aos quarenta anos ( em 1797) e, muito interessado por literatura, filosofia e religião, abriu sua casa aos intelectuais da cidade. Essa vida espiritual o confortava nos infortúnios de sua vida familiar: dois filhos, três filhas e a mãe destes morreram entre 1819 e 1834. Só lhe restaram dois filhos, Peter e Sõren, aos quais se esforçou por dar severa educação religiosa, assim como sólida formação grega e latina. Colocou-os na melhor escola de Copenhague e, mais tarde, incentivou-os a estudar teologia na universidade, para se tornarem pastores. Quando o pai faleceu em 1838, os dois irmãos dividiram a fortuna. Peter tornou-se pastor, depois bispo, em 1856. Mas, apesar de seus estudos e de ter passado com sucesso nas provas de homilética, Søren permaneceu escritor, vivendo de sua fortuna. Só saiu da Dinamarca para quatro viagens a Berlim, tendo falecido em Copenhague em 1855; de sua fortuna só lhe restava então o necessário para pagar o funeral. 

I. Uma vida excepcional - O pensamento de Kierkegaard não é muito compreensível à mar­gem dos acontecimentos que marcaram a tal ponto sua existência que ele acabou por considerá-la uma vida excepcional. 

Em primeiro lugar: a iniciação ao segredo de sua primeira angústia, a "melancolia" de seu pai. Um dia, Sõren fica sabendo que esse pai, que ele considerava irrepreensível diante de Deus e dos homens, pecara gravemente. Claro, Kierkegaard nunca nos disse explicitamente em seus Papéis (notas e esboços) como descobriu esse segredo, nem como o pai pecara. Mas sabe-se que, um ano depois da morte de sua primeira mulher, que não lhe dera filhos, o pai se casou com a criada da casa, com quem teve um primeiro filho dois meses depois. Poderia, portanto, tratar-se - pura hipótese - do estupro dessa criada,a mãe de quem, aliás, Kierkegaard nunca fala .A descoberta do que perturbava tanto a alma de seu pai produziu na do filho tamanho pavor que em 1836 rompeu com ele....


A Repetição (outubro de 1843) retoma a questão não resolvida do ético de A Alternativa: que fazer quando se perdeu a felicidade imediata? Seria possível acreditar em reencontrá-la na repetição, como o juiz Wilhelm, que repete ou retoma (em dinamarquês: gentager) todos os dias sua vida conjugal. Mas o autor pseudônimo de A Repetição, Constant Constantius, publica, nesse "Ensaio de Psicologia Experimental", cartas de um jovem melancólico que rompeu com a jovem amada justamente porque não podia suportar a monotonia repetitiva do cotidiano. O que ele espera é uma retomada muito mais radical: um recomeço da vida, tal como Deus deu a Jó depois de seus terríveis sofrimentos. Mas se espera esse retorno, é por estar perdido em suas lembranças. Assim como "o mais infeliz" de A Alternativa, ele esta sempre ausente da realidade, suspenso entre a lembrança e a esperança no mundo presente lhe dá náuseas, mas, ao contrário de Cons­tantius, ele se recusa a moldar friamente a situação a seu bel-prazer para recriar sua vida. Reconhece que sua paixão não poderia satisfazer-se com uma ação calculada e que deve renunciar a toda e qualquer repetição no plano material. Sobrevém o imprevisto: fica sabendo do casamento da moça com outro ( do mesmo modo, no momento de redigir A Repetição, que deveria ter terminado com a morte do rapaz, Kierkegaard fica sabendo do noivado de Regina com Fritz Schlegel, seu amigo de infância). Esse golpe transforma o infeliz em poeta, e é nesse plano que encontra a repetição. Mas, pergunta-se Cons­tantius, essa repetição talvez não passe de meia solução. Tivesse o rapaz "uma base religiosa", pensa ele, "jamais se teria tornado poeta". Teria agido então com uma "lógica de ferro" (Jern­Conseqvents ), porque "teria adquirido um fato de consciência ao qual poderia apegar-se constantemente" (OC, V, p. 95). 

A questão assim levantada é examinada num livro publicado no mesmo dia de A Repetição. Trata-se de Temor e Tremor, Lírica Dialética, por Johannes de Silentio (João do Silêncio). Para conduzir sua experiência, esse autor recorre ao protótipo da firmeza religiosa, Abraão, disposto a oferecer em holocausto seu único filho, Isaac, a fim de obedecer a Deus, mas com toda confiança, porque, no fim das contas, é a Deus que cabe a decisão. Ele crê, pois, na renovação da vida temporal depois de ter renunciado a ela. Apresenta-se, assim, "o duplo movimento na alma de Abraão" ( OC, V, p. 204). A dialética da retirada e do retorno explicita-se: de um lado, resignação infinita na "interioridade oculta", em que o indivíduo - den Enkelte - toma consciência de seu valor eterno indeclinável, diria Kierkegaard, sobre o paradigma da ordem geral da ética; de outro, coragem que permite reaprender toda a temporalidade sob o signo da mais alta instância. A apropriação da realidade é proposta como tarefa nessa dupla reflexão "em temor e tremor": cumpre retirar-se do mundo unicamente para a ele retornar. No entanto, a personagem Abraão é demasiado elevada para ser exemplo plenamente satisfatório do duplo movimento: é um homem justo, o eleito de Deus, a quem só se pede que ignore a ética por constituir exceção. É por isso que Johannes de Silentio tenta substituí-lo, sobretudo pela figura demoníaca do tritão que se­duz uma jovem inocente, Agnes. Podemos imagi­nar, como Johannes de Silentio, que no momento de agarrar sua presa o tritão se sinta arrasado diante da "potência da inocência" ( OC, V, p. 183) da jovem e se retire para o fundo do mar, a fim de se arrepender de sua falta. O que conscientiza o indivíduo de seu valor absoluto não é mais (como no caso de Abraão) a suspensão teleológica da ética, mas o reconhecimento do pecado. Ora, trata-se de saber se esse indivíduo, o tritão tomado pelo arrependimento, pode retornar à realidade. Estará condenado a permanecer em seu retiro, "como num claustro", ou poderá ser libertado deste pelo perdão de Agnes? Nada lhe dá direito a esse perdão. Se desposasse Agnes, seria em virtude do absurdo. Por conseguinte, "feito o movimento do claustro, resta apenas um outro, o do absurdo" (p. 188). 
Temor e Tremor levanta finalmente a questão da libertação que o indivíduo é incapaz de conquistar por si mesmo, libertação que ele deve receber, ao passo que o primeiro tratado de Cli­macus, Migalhas Filosóficas ou Um Pouco de Filosofia (junho de 1844), apresenta essa possibilidade como hipótese e estuda suas consequências. Climacus constata que esta última rompe radicalmente/com a ideia grega de conhecimento e busca como reminiscências da verdade dentro da alma. De acordo com a hipótese em apreço, a verdade passa    a ser  o que escapa ao domínio do pensamento.Ela surpreende o pensador ao ocorrer no imprevisível instant-Ojeblik, no piscar de olhos, como paradoxo impensado e impensável, isto é,segundo Kierkegaard, o religioso ao qual o pensamento aspira mas que não pode alcançar. Ela é como o paradoxo do amor, que transforma o amante a ponto de quase torná-lo irreconhecível. Em sua forma absoluta, é a ideia cristã do "deus no tempo" (OC, X, p. 103), deus cujo incógnito é a humanidade temporal, deus que dá ao pecador oportunidade de fé. Se um acontecimento histórico/é capaz de adquirir tamanha importância, a história não é, então, um processo necessário, mas a realização de uma relação entre (necessidade e possibilidade),natureza e liberdade Contrapondo-se a Hegel, Climacus afirma que o passado não se torna necessidade tornado-se imutável. O ato histórico continua a ser obra da liberdade nunca pode ser apagado pela Razão do Sistema. 
Migalhas Filosóficas haviam extraído as consequências, de certa forma descendentes, de uma hipótese, ao passo que Conceito de Angústia, publicado alguns dias depois, faz uma análise ascendente dos estados psicológicos que essa mesma hipótese pressupõe. De fato, esse escrito teórico desenvolve uma "simples reflexão psicológica para servir de introdução ao problema dogmático do pecado original (em dinamarquês: Arve-Synden, pecado hereditário)" (OC, VII, pp. 105 ss.). Trata-se de compreender o salto - Springet - que leva da inocência à falta. Isso implica a seguinte explicação antropológica: o homem é uma relação entre corpo e alma, e a síntese dessa relação, consciente de si, é feita pelo espírito. No estado de inocência, o espírito não passa inicialmente de sonho, e seu poder é um nada que o angustia. Inteiramente diferente do temor, que diz respeito a algo preciso, a angústia é liberdade, possibilidade de estabelecer a diferença entre bem e mal e, nesse salto qualitativo, descobrir-se culpado. Ela é como a vertigem, que se apossa de nós quando o olhar mergulha no abismo; livre, esse olhar encontra o estranho poder do abismo e sucumbe a ele; nesse instante tudo muda, e "a liberdade, reerguendo-se, vê-se culpada" (OC, VII, p. 163). Profundamente ambígua, essa culpa decorre ao mesmo tempo do olhar e do abismo, do espírito e da força estranha. A melancolia - em dinamarquês Tungsin­dert, "espírito pesado" - é igualmente ambígua, porém é uma angústia mais refletida, que contém  um complexo de pressentimentos. É por isso que, na melancolia, a angústia diante do pecado pode produzir o pecado. Assim se explica o fato de todo indivíduo retomar o pecado "num nexo histórico" (OC, VII, p. 173) como fato "hereditário". 

Etapas no Caminho da Vida, publicada em abril de 1845, é a última e a melhor das obras concebidas sob o signo da experimentação concreta. Trata-se de "estudos de diversos autores, reunidos, organizados e editados por Hilarius En­cadernador". Esse pseudônimo desloca um pouco mais a posição da ironia que, em A Alternati­va, confina com a estética e a ética. Ela se torna hilaridade ou humor. Assim, às duas etapas de A Alternativa aqui retomadas com humor, Hilarius acrescenta uma terceira, a religiosa. Com efeito, o humor é uma ironia que, visando à própria subjetividade, apresenta-a diante de uma força superior que ao mesmo tempo a julga e liberta. O humorista pode, portanto, suportar toda a tristeza deste mundo, o seu, graças ao sorriso que pressente a própria saída de sua miséria. A primeira parte de Etapas, ln vino veritas, contém uma série de discursos sobre a mulher que, em sua de­monia (angústia diante do bem), esclarecem com humor uma forma de desespero analisada em O Conceito de Angústia. Na segunda parte, vemos reaparecer o juiz Wilhelm, com Diversas Consi­derações sobre o Casamento, mas estas não têm mais a firmeza de outrora e atestam  a perplexidade do juiz. 

Nova é a história do sofrimento de Quidam (alguém) na última parte de Etapas:;Culpado - Inocente? Trata-se, aqui também, de uma versão do relato do rapaz que rompeu com a noiva, mas agora a interpretação adquire orientação religiosa: Quidam se reconhece não culpado, porque a melancolia de que sofre é um mal que o acometeu, e, ao mesmo tempo, culpado, por se ter lan­çado numa aventura irrealizável e infelicitado outra pessoa. Quidam foi imaginado por Frater Taciturnos, o irmão taciturno, que numa "carta ao leitor" explica a diferença entre o jovem de A Repetição, para o qual o obstáculo era de ordem puramente externa (o amor à jovem), e Quidam, que encontra esse obstáculo em si mesmo (sua culpa e seu arrependimento). Para superá-lo, precisa de uma paixão - Lidenskab - mais forte  que a paixão poética, para qual toda felicidade vem de fora. Mas o humor leva apenas ao ponto crucial em que se consuma o salto que leva à etapa da paixão religiosa; Quidam, simples hu­morista, tem consciência do obstáculo interior, mas não tem a fé capaz de superá-lo. Assim, ele não passa de uma "figura demoníaca com tendência religiosa" ( OC, IX, p. 445), furtando-­se à questão séria, fundamental, do perdão dos pecados. 
O Post-scriptum Definitivo e Não-Cientifico às "Migalhas Filosóficas", publicado em fevereiro de 1846, é a contrapartida teórica de Etapas, "arrazoado existencial" que se tornou um texto clássico da filosofia existencial, sem dúvida por causa de seu humor voltado contra a especulação hegeliana. Esta consiste, segundo Climacus, em perder-se na objetividade. O filósofo especulati­vo ateu é simplesmente trágico. Mas se quiser alcançar a felicidade eterna pela especulação, será cômico também, porque há contradição em querer apropriar-se da felicidade se suprimindo. Climacus ironiza sobre o Sistema, no qual "não deve restar vestígio de existência, nem sequer o mais insignificante penduricalho penduricalhan­te, como o sr. Professor, que, em plena existên­cia, escreve o Sistema" (OC, X, p. 116). Como será dito mais tarde em outra obra kierkegaardia­na, A Doença até a Morte, o pensador especula­tivo não habita o palácio colossal que abarca toda a realidade, "mas uma pequena dependên­cia, a casinha do cachorro, no máximo o quarto do zelador" (OC, XV!, p. 201). Para o pensador existencial, que é Climacus, "pode haver um sistema lógico. Não pode haver sistema da existên­cia" (OC, X, p. 103). Pois quem diz Sistema diz mundo fechado, mas a existência é abertura, liberdade. O pensador do Sistema transforma are­lação com a verdade numa certeza objetiva apresentada de maneira doutoral e direta, com total certeza científica. Já Cli.macus ressalta que a "incer­teza objetiva, mantida na apropriação da interio­ridade mais apaixonada, é a verdade, a mais alta verdade que possa haver para um existente" ( OC, X, p. 189). Então o como subjetivo precede e até resolve o quê objetivo: "A subjetividade é a verdade" (p. 189).

Mas embora essa verdade apareça como o paradoxo de Cristo (paradoxo em que o filósofo Kierkegaard dolorosamente esbar­rou, e que determina toda a parte religiosa da sua obra), de tal sorte que, em outro sentido, "a sub­jetividade é a não-verdade" (p. 193), a auto­apropriação não consiste mais, como na etapa ética, em tornar-se manifesto, mas _sim em crer no absurdo. Há, por conseguinte, duas formas de religiosidade. "A religiosidade A" é a simples tomada de consciência pelo sujeito de seu ser eterno, tal como é expressa pelo juiz Wilhelm e desenvolvida no sermão de um "pastor jutlan­dês", retomado no fim de A Alternativa e nos Dezoito Discursos Edificantes (OC, VI) que Kierkegaard publicou, com seu nome, de 1843 a 1844, cada um deles acompanhando uma obra pseudônima, qualificando-os, no Post-scriptum, de "puramente filosóficos" (OC, X, p. 238). Essa religiosidade é superada pela "religiosidade B", que é a maior paixão, para apropriar-se do eterno fora de si, no fato histórico do Deus que se faz homem, e dar a existência temporal uma dimensão divina que ela nunca poderia encontrar em si mesma.
A partir de 1847, Kierkegaard publicou uma série de escritos religiosos (de tipo B). Notemos Obras do Amor (1847) e Discursos Cristãos (1848), publicados com sua assinatura. Em se­guida, sob o pseudônimo de Anti-Climacus, pu­blicou A Doença até a Morte, de 1848 ( cuja aná­lise do pecado dá seguimento à análise do salto em O Conceito de Angústia), e Escola do Cris­tianismo (1850), resposta indireta à Dogmática hegeliana do pastor Martensen. Notemos ainda que o novo pseudônimo, Anti-Climacus, apesar de não ser fundamentalmente antifilosófico, ape­la sem reservas à penitência e à morte para o mun­do. Opõe-se, assim, a Climacus, simples humo­rista cujo devir cristão é avaliado de acordo com os degraus escalados. Mas Anri-Climacus, por sua vez, visava a um ideal tão elevado que Kíer­kegaard não o pôde alcançar, e, nos Papéis de 1849, ele diz de si mesmo que se situa "acima de Johannes Climacus, abaixo de Anti-Climacus" (Papirer, X, p. l, A, p. 517).

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• Os escritos de Kierkegaard, publicados em dinamarquês por ele próprio ou cm edições póstumas, acham-se reunidos nas Sam lede Vãrker, 2'" ed. ( com sumários, índices de autores e dos conceitos-chave), 15 vol., Copenhague, 1920- 1936; 3:' ed., 20 vol., Copenhague, 1962-1964 ( com índice comparativo das três edições). A segunda edição é a mais freqüentemente citada. Para as notas datadas e não datadas ( O Diário), esboços, obras inacabadas ou não publicadas pelo autor, ver os Papirer, l '. ed., 20 vol., Copenhague, 1909-1948; 2'. ed. aumentada, 22 vol. + 3 vai. de índice, Copenhague, 1968-1978. Uma edição francesa das Obras Completas ( Oeuvres completes), 19 vol. + l vol. de índice (Sam lede Viirker e alguns textos de Papirer), trad. por P. H. Tisseau e E. M. Jacquet-Tisseau e introduzidas por J. Brun, está sendo publicada pelas Editions Orante, Paris, l 966 ss.: J. (a publicar): Quatre artic/es, 1834-1836; Notre litté­rature de presse, 1835; Des papiers d'un homme encare en vie: Andersen en tant que romancier, 1838; La lutte entre l 'ancienne et la nouve/le cave à savon, 1838; Prédication de séminaire, 1841. 2. (publicado): Le concept d'ironie constamment rapporté à Socrate, 1841; Un article, 1842; Johannes Climacus ou De Omnibus dubitandum est, 1842- 1843. 3. (publicado): l/alternative, primeira parte, 1843. 4 (publicado): L'altemative, segunda parte, 1843. 5. (publi­cado): La répétition, 1843; Crainte et tremblement, 1843; Une petite annexe, 1844. 6. (publicado): Dix-huit discours édifiants, 1843-1844; Épreuve homilétique, 1844. 7. (pu­blicado): Miettes philosophiques, 1844; Le concept d'an­goisse, 1844; Préfaces, 1844. 8. (publicado): Trais discours surdes cinconstances supposées, 1845; Quatre articles de Fãdrelandet, 1845; Un compte rendu littéraire, 1846. 9 .. (publicado): Stades sur le clzemin de la vie (ln vino veritas, Divers propos sur le mariage en réponse à des objections, Coupable= Non coupable), 1845. 10-11 (publicado): Post­scriptum définitif et non scientifique ai~, Miettes philoso­phiques, 1846. 12 (a publicar): Le livre sur Adler, 1847. 13. (publicado): Discours édifiant sur diverspoints de vue, 1847. 14. (publicado): Les oeuvres de l'amour, 1847; La dialectique de la communication éthique et éthico-reli­gieuse, 1847. 15. (publicado): Discours chrétiens, 1848; La crise et une crise dans la vie d 'une actrice, 1848; M. Phis­ter dons le rôle du capitaine Scipion, 1848. 16. (publica­do): Point de vue explicatlf de mon oeuvre d'écrivain, 1848, publicado em 1859; Deux petits traités éthico-religieux (Un homme a-t-il le droit de se laisser mettre á mor/ pour la vérité?, Sur la différence ente un génie et un apôtre), 1849. 17. (publicado): La neutrulité armée, 1849; École chr/st/anis/ne, 1850; Un at1icle, 1851; Sur mono, d'écrivain, 1851. 18. (publicado): Deux discours pour la communion du vendredi, 1849; Un discours édifiant, J 850; De I'immutabilité de Dieu, 1851; Jugez vous-mêmes, 1851- 1852. 19. (a publicar): Vingt et un articles, 1854-1855; Ceei doit être dit, que ce soit donc dit, 1855; L'instant, 1855; Comment Christjuge le christianisme officiel, 1855. Para os documentos relativos ao noivado de Kierkegaard, ver lettres à Régine Olsen, trad. P. H. Tisseau, Bazoges en-Pareds, 1949. Extratos dos Papirer foram traduzidos por K. Ferlov e J. J. Gateau com o titulo de .Journal, 5 vol., Paris, 1941-1961.
=) Th. W Adorno, Kierkegaard, Konstruktion des Ãsthetis­chen (1933), Frankfurt, 1974; S. Agacinski, Aparté, con­ceptions et morts de Sôren Kierkegaard, Paris, 1977; W. Anz, Soren Kierkegaard und der deutsche ldealismus, Tübingen, 1956; T. Bohlin, Kierkegaard, l 'homme et / 'oeu­vre (trad. do sueco), Bazoges-en-Pareds, 1941; L. Chesiov, Kierkegaard et la philosophie existentielle ( 1936), 2'. ed., Paris, 1948; J. Colette, Histoire et absolu. Essai sur Kierkegaard, Paris, 1972; M. Cornu, Kierkegaard et la com­munication. de l'existence, Lausanne, 1972; A. Clair, Pseu­donyme et paradoxe, Paris, 1976; S. Crites, ln the Twilight of Christendom. Hegel vs. Kierkegaard on Faith and His­tory, Amer. Acad. of Relig. Chambergsburu, Penn., 1972; H. Diem, Die Existenzdia/ektik von Sõren Kierkegaard, Zurique, 1950; J. W. Elrod, Being and Existence in Kier­kegaard's Pseudonymous Work, Princeton, 1975; H. Fahren­bach, Kierkegaards existenzdialeküsche Ethik, Frankfurt, 1968; J. Hohlenberg, Sôren Kierkegaard, l'homme et 1 'oeu­vre, 2 vol., 1955-1960; R. Jolivet, Aia sources de l'existen­tialisme chrétien. Kierkegaard (nova ed. de Introduction à Kierkegaard, 1946), Paris, 1958; L. Mackey,1Kierkegaard. A Kind of Poet, Filadélfia, 1971; G. Malants-chuk, Fra Individ til den Enkekte, Copenhague, 1978; Kierkegaard s Thought (trad. do dinamarquês), Princeton, 1971; P. Mes­nard,_ Le vrai visage de Kierkegaard, Paris, 1948; J.-P. Sartre e outros, Kierkegaard vivam, Paris, 1966; K. Schãfer, Hermeneutische Ontologie in den Climacus-Schriften Sõ­ren Kierkegaards, Munique, 1968; P. Sponheim, Kierke­gaard on Christ and Christian Cohe-rence, Londres, 1968; P. A. Stucki, Le christianisme e/ l'histoire d'aprês Kierke­gaard, Basileia, 1963; M. C. Taylor, Kierkegaard s Pseudo­nymous Autorship, Princeton, 1975; .Journeys to Seljhood:


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H. B. Vergote, Sens et répétition. Essai sur l'ironie kierkegaardienne, Paris, 1982; N. Viallaneix, Écoute Kierkegaard, Paris, 1979.

Peter KEMP

sexta-feira, 22 de julho de 2016

REICHMANN, Ernani--- Diário de Kierkegaard -Êste caderno 1º da coleção Kierkegaardiana.(trechos do Livro).






"Trata-se de compreender qual é a minha vocação, de compreender o que Deus quer propriamente que eu faça. Trata-se de encontrar uma verdade, que seja verdade para mim, de encontrar a idéia pela qual quero viver e morrer"

DIÁRIO, 1835





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lº DE ABRIL 




1 - Para distingµir-se uma luz é necessá­rio, sempre, outra luz. Quanao se está numa es­curidão completa e surge um ponto luminoso não é possível, de modo algum, conhecer-se a sua origem, pois no escuro não se pode determi­nar nenhuma relação de espaço. Sómente com outra luz, poder-se-á precisar a posição do pri­meiro ponto em relação ao segundo. 



30 DE MAIO 




2 - Uma doutrina rigorosa da predestina­ção faz remontar a Deus a origem do mal, sem mesmo atingir à lógica dos maniqueus, pois que o sistema dos maniqueus põe dois sêres (pri­mordiais) enquanto que a doutrina da predes­tinação une os dois contrários num só sêr. 

3 - O pecado não provém sómente do ho­mem como de um sexo apenas não pode surgir um novo indivíduo. Por isso, está certa a doutri­na cristâ sôbre a tentação do demônio. A tenta­ção do demônio é o segundo fator. Dêste modo, o pecado do homem difere especificamente do pe­cado do demônio (pecado original - possibilidade de conversão). A tese contrária fere a analogia.




8 DE JULHO 


4 - Causa-me surpreza o fato de que ne­nhum dos teólogos, que ressaltaram o conteúdo de judaismo existente na doutrina cristã, pro­curou tratar de modo idêntico o dogma da escô­lha absoluta da graça. Ao considerarmos que entre os judeus predominava o particularismo na sua forma mais acentuada, quase próxima do fetichismo (Schleiermacher), veremos que é compreensível não ter agradado aos judeus a tendência universalista do cristianismo. Inúme­ros atos fornecem exemplos de um tal descon­tentamento. No entanto, êsse elemento de tanta importância no cristianismo (seu caráter uni­versal) também tinha que se manifestar. Dêste modo, os "judeus-cristãos" deram mais um pas­so (primeiramente pensaram que se devia dei­xar cindir-se, etc.) pensando que também os "outros-cristãos" mereciam cuidados divinos, resguardando-se, porém, alguns privilégios para êles. Essa era a situação dos "judeus-cristãos". Quão fàcilmente poderiam êles contagiar os "pagãos-cristãos"! Estando êstes habituados a considerar-se, em relação aos judeus, como um todo, modificou-se o seu particularismo. Não, é claro, como sucedeu com os judeus ... em rela­ção à terra e sua gente, porque êles, além disso, consideraram os judeus num nível igual ao seu. Assim, seu particularismo não era tão restrito, embora admitissem que, no interior do todo, al­guns merecessem destaque. 

 Of. SCHLEIERMACHER: A fé cristã. 2.ª ed. Berlim, 1830 - I vol., pg. 52. 




11 DE SETEMBRO 



8 - A razão pela qual nunca chegarei a apreciar a natureza reside no fato de que à mi­nha reflexão jamais se esclarece o que chego a apreciar. Uma obra de arte eu a posso, mesmo, conceber. Posso, por assim dizer, encontrar aquêle ponto arquimédico, a partir do qual tudo se esclarece. Posso, então, seguir êste pensamen­to único e grande, e ver como todas as particu­laridades convergem no sentido do seu esclare­cimento. Vejo, por assim dizer, toda a indivi­dualidade do autor, como o mar, no qual cada coisa se reflete. O espírito do autor se torna fa­miliar, superior a mim mas limitado como eu. As obras de Deus, ao contrário, são grandes de­mais para mim. Eu me perco nas suas particu­laridades. Essa a causa porque as exclamações do povo, quando contempla a natureza: "magní­fico, grandioso, etc." são tão estultas. É que elas são por demais antropomórficas. Elas se limi­tam ao exterior. Elas não podem exprimir o in­terior, o profundo. Nesse ponto de vista me pa­rece digno de nota que grandes gênios da poe­sia ( como Ossian - Homero) foram represen- 

"tados como cegos. Para mim não tem importân­cia o terem êles sido realmente cegos ou não. O essencial é que os homens os consideraram como cegos, pois isso parece indicar, por assim dizer; que o que êles viam quando cantavam as belezas da natureza não se revela somente pelos olhos mas, também, numa intuição profunda. Quão digno de nota não é o fato de que um dos melhores, senão o melhor, escritor sôbre abe­lhas tenha sido cego desde a adolescência ! Aqui, onde dir-se-ia que a observação exterior é de





19 DE AGOSTO 




5 - Conceito: a predestinação deve ser con­siderada como um abôrto, pois surgindo, fora de qualquer dúvida, para unir a liberdade com o poder de Deus, resolve o enígma ao negar um dêsses conceitos e, assim, nada esclarece. - Ver abaixo o n.0 7. 




19 DE AGOSTO 




6 - Remissão dos pecados: (Eph. I-7). Esta expressão é usada sempre que se trate da jus­tificação. Ela parece significar não tanto a re­missão quanto o alívio dos pecados, isto é, que o homem, pelo ato da justificação, é reintegra­do no seu lugar. Com isso fica truncada, por assim dizer, a relação com o pecado, o que não impede que o homem continue a sentir as suas conseqüências. 




23 DE NOVEMBRO 




7 - Ver acima o n.0 5. Ao considerarmos co­mo surgiu a doutrina da predestinação torna-se evidente que, enquanto não houver sinais de uma liberdade que se faça valer no mundo, tam­bém não será possível interrogar-se pela predes­tinação. Só quando se desenvolver a concepção da liberdade humana e que, através da reflexão tenha sido ligada à concepção da ordem divina, só nesse momento, ela poderá surgir, mas ape­nas como uma tentativa para a solução do pro­blema. Mas, com isso, torna-se estranho que o que devia solucionar o roblema, apresenta-se como o ro no a, isto é, como evem unir-se os dois conceitos. 






· 30 - Com o desenvolvimento histórico da doutrina da redenção, salientada por Clausen, desaparece o substractum que a escritura tanto ressalta, a saber, o amor de Deus, Ao se estatuir que não houve qualquer modificação em Deus, com relação a nós, seremos reconduzidos fatal­mente a um ponto de vista kantiano; devemos aperfeiçoar-nos porque nossa razão o exige e Deus, com isso, poderá ter somente um papel muito secundário. 




22 DE NOVEMBRO 




31 - Há certamente poucas ciências que, como a ciência natural, dão ao homem um sen­tido de paz e quietude. Êle mergulha na natu­reza. Nada lhe é estranho. Êle falou, por pri­meiro, com as plantas e com os animais. Êle não só vê o proveito que êles lhe podem proporcio­nar (coisa bastante secundária) mas sua signi­ficação .no complexo do universo. Êle se encon­tra como outrora Adão e todos os animais vem a êle e êle dá, a cada um, o seu nome ( Gen. II-19)





Do mesmo modo considera-se Cristo previsto para essa missão eterna e que ele foi mandado na plenitude dos tempos. . . Essa resolução divina tem seu fundamento somente na bondade de Deus. Comparar Schleierma­cher. (4).






PSEUDÔNIMOS DE KIERKEGAARD

1. - VICTOR EREMITA - A Alternativa. (1.843).
2. - JOHANNES DE SILENTIO - Temor e Tremor. (1. 843).
3. - CONSTANTIN CONSTANTIUS - A Repetição: (1. 843).
4. - JOHANNES CLIMACUS - Migalhas Fi­losóficas. (1. 844) .
- Post-Scriptum às Migalhas Filosóficas. (1.846).
5. - VIGILIUS HAUFNIENSIS - O Conceito de Angústia. (1. 844).
6. - NICOLAUS NOTABENE - Prefácios. (1.844).
7. - HILARIUS BOGBINDER - Estádios no· caminho da vida. (Editor - 1.845).
8. - FRATER TACITURNUS - Culpado'?­Inocente ? (Nos Estádios ... 1. 845).


9. - ANTI-CLIMACUS - O Desespêro Humano. (1.849).
- A Prática do Cristianismo. (1. 849) .
Com o pseudônimo de INTER ET INTER Kierkegaard publicou dois artigos no jornal Fraedrelandet (A Pátria) intitulados A crise e Uma crise na vida de uma artista, que dedicou à senhora Louise Heiberg. Êstes artigos, que são de 1. 851, foram publicados em volume por J. L. Heiberg em 1. 855.
Finalmente, com o pseudônimo de H. H., Kierkegaard publicou em 19 de maio de 1.849 - "Duas breves dissertações ético-religiosas".









OBRAS DE KIERKEGAARD 
EDIÇÕES DINAMARQUESAS
As obras completas de Kierkegaard foram, e não po­deria ser de outro modo, editadas em dinamarquês. São duas coleções. Uma contém as suas Obras e a outra o Diário e as notas:
l.ª - Soeren Kierkegaards· samlede Vaerker, publica­das por A. B. Drachmann, J. L. Heiberg e H. O. Lan­ge, em Copenhague, de 1. 901 a 1. 906.
2.ª - Soeren Kierkegaards Papírer, publicados por
.A. Heiberg, V. Kuhr e E. Torstíng . Copenhague, 1. 909 e ss. *
Os Papeis de Kierkegaard mencionados no n.v 2 fo­ram "publicados segundo um vasto plano e com um pre­parativo crítico rigoroso".
Essa não foi, no entanto, a unica edição dos Papeis de Kierkegaard. Em 1.847, Gottsched, aluno do célebre teólogo J. T. Beck, (1) depois de ler "Para um exame de Consciência", traduzido para o alemão - resolveu dedí­car alguns anos à causa de Kierkegaard. Ofereceu seus préstimos a Barfod, editor do Diário até 1.847 - e foi assim que surgiu uma edição em 9 volumes dos Papeis de Kíerkegaa rd, editados por Barfod e Gottsched, a única até 1.909.
1. Torten Bohlin - Soeren Kierkegaard - L'Homme et L'Oeuvre - Traduzida do sueco por P. H. Tisseau.



TRADUÇÕES ALEMÃS
Gesammelte Werke. Unverkürzt hereusgegeben von Her­mann G.ottsched und Christoph Schrempf. Bd. I-XII 1.909 ff. (1).
Erbauliche Reden, tome III. Leben und Walten der Lie­be, 1924. Tome IV, Christliche Reden .
Zwei ethlsch-relígtose Abhandlungen von S. Kierkegaard I. Darf ein Mensch sich für dâe Wahrheit tôten las­sen ? II. Ueber den Unterschied zwischen eínem Ge­- nie und einem Apostei. Zum ersten Male aus dem Dânãschen übersetzt von Julie von Reincke. 1902.
Der Begrííf des Auserwahlten. Uebersetzung und Nach­wort von Theodor Haecker. Premiére édítíon, 1917. Deuxiême édition, 1926.
Soeren Kterkegaards Angriff auf die Christenheit. Von A. Dorner und Chr. Schrempf. Erster Ba.nd: Die Akten. Soeren Kierkegaards agitatorische Schr.iften
       und Aursâtze, 1851-1855. Uebersetzt von A. Dorner                                _-,.,
und Chr. Schrempf. 1896.
Kritk der Gegenwart. Zum ersten Male ins Deutsche übertragen und mít einem Nachwort versehen von Theodor Haecker. 1922.
(1)
Bd. I.II. Entweder-Oder, 1911 (2, 1922). - Bd. III.
Furcht und Zittern. Wíederholung, 1909 (2, 1924). - Bd. IV. Stad-ien auf dern Lebensweg, 1914 (2, 1922) . - Bd. V. Der Begriff der · Angst, 1912 (2, 1923). - Bd. VI, VII. Philosophische Brocken. Auch ein Bisschen Philosophie. Abschliessende unwíssen­chaftliche Nachschrift, 1910 (2, 1925) . - Bd. VIII. Die Krarikheit zum Tode, 1911 (2, 1924). - Bd. IX. Einübung im Christentum, 1912 (2, 1924). - Bd. X. Der Gesichtspunkt für meíne Wirksamkeit als Schr.i­ftsteller. Zwei kleine ethisch-religiõse Abhandlungen. Ueber meine Wirksamkeit als Schriftsteller, 1922. Bd. XI. Zur Selbstprüfung der Gegenwart anbetohlen . Richtet selbst, 1922. - Bd. XII. Der Augenblíck, * - 1909 (2, l!,123).
  


Díe Krisis und eine Krisis im Leben eíner Schauspiele­rin mit Tagebuchaufzeichnungen des Verfassers, Ue­bersetzt von Theodor Haeeker. 1922. *
Zwiilf Reden von S. Kierkegaard Zusammengestellt, von A. Bartholcl. 1875. II, 1886.
!.
Die Lilien auf dem Feld und die Võgel unter dem Him­mel. Drei fromme Reden. Hoherpriester. Zôllner. Sünderin. Dreí Beichtreden von S. Kierkegaard Zu­sammengestellt, von A. Barthold. I, 1879. II, 1885. III, 1910.
Was wir lernen von den Lilien auf clem Felde und den Võgeln unter dem Himmel. Drei Reden von S. Kier­kegaard nach dem Dãníschen frei bearbeitet von A. Puls. 1891 (1916) .
Christliche Reden. Aus dem Daníschen übersetzt von Julie von Reincke mit einem Anhang: K. s. Familie und - Privatleben nach den persõnliehen Erinnerun­gen seiner Nichte H. Lund. II, 1909.
Am Fusse des Altars. Christliche Reden. Uebertratung und Naehwort von Theodor Haeeker. Ohne Jahres­zahl.
Der Pfahl im Fleisch. Zum ersten Male ins Deutsche übertragen und mit einem Vorwort versehen von Theodor Haeeker. 1914.
Die Siinderin. U ebersetzt von Thoodor Haeeker (in Der Brenner. Herausgeber Ludwig Fieker), VI, Folge, Heft 2, Dezember, 1919, S. 133 ff.
Religiõse Reden. Ins Deutsehe übertragen von Theodor Haeeker. 1922 .
Gottes Unverãnderfíchkeit . Uebersetzt von Th. Haeeker ("Der Brenner", Dezember, 1919).
Kritik der Gegenwart. Uebersetzt von Haecker. (Brenner, 1922).

Gottes bedürfen ist des Menschen hochste Vollkommen­heít. Uebersetzung von E. Hirsch (in Zeitschr. f. system . Theol. 1923, S. 168 ff.) .
Die Reinheit des Herzens. Eine Beichtrede. Aus dem Dãníschen übersetzt von Lina Geismar. 1924.
Aus den Tiefen der Reflexion Etwas für den Einzelnen aus S. Kierkegaards Tagebüchern. 1833-1855. Aus dem Dâníschen übersetzt von F. Venator. 1901.
Buch des Richters'. Seine Tagebücher 1833-1855 im Aus­_zug aus dem Dãníschen von Hermann Gottsched. 1905. *
Kierkegaard im Kampf mit sich selbst. Eingeleitet und herausgegeben von Christoph Schrempf. Stuttgart. I, 1922. rr .. 1924 ("Frommanns Philosophische Ta­schenbücher").
Die Tagebücher. In zweí Bânden ausgewãhlt und über­setzt von Th. Haecker. 1923. Nova edição em 1949. *
.         Kierkegaard: Ver'ha.ltrrís zu seiner Braut . Brãefe und Aufzeichnungen aus s. Nachlass Herausgeg. von H. Lund. Deutsch von E. Rohr. 1904.
Was wir Iernen von den Lilien auf dem Felde und den Võgeln unter dem Himmel. Nach dem Dâníschen frei übersetzt von R. Dollinger. ,:,
S. Kierkegaàrd und sein Verhâltnts zu "ihr". Aus nach­gelassenen Papieren . Herausgegeben im Auftrag der Frau Regina Schlegel und verdeutscht von Raphael Meyer. 1905 . *
S. Kíerkegaard: Eine Verfasser-Exis'tenz eígner Art. Aus seinen Mitteilungen zusammengestellt von A. Bar­th.old. 1873.
Lessing u. d. objektive Wahrhei't. Aus S. Kíerkegaards Schriften zusammengestellt von A. Barthold. 1877.
.         Kierkegaard: Ausgewâhlt und bevorwortet von A.

-62-

Barthold. Ohne Jahresmhl (in "Ewigkeitsfragen ím Lichte grosser Denker. Eine Sammlung von Aus­wahlbãnden ", Herausgegeben von E. Dennert).
Erster Teil. Die Werke. Ausgewãhlt und übersetzt von Herm. Ulrich. 1925 (in "Quellen. Lebensbücherei christlicher Zeugnisse aller Jahrhunderte. Herausge­geben von Eberhard Arnold").
Relig·ion der Ta't, Leipzig.
S. Kierkegaarff: Zweiter Teil. Die Tagebücher, 1832-1839.
Uebersetzt und herausgegeben von Hermann Ulrãch, Berlin, 1930.
Das Evangelium des Leidens. Ohristldche Reden. Ueber­setzt von Kütemeyer.
Stadien auf dem Lebenswege, übersetzt von A. Bârthold, Dresden, 1909. *
Soeren Kierkegaard - Gesammelte Werke
Estão sendo reeditadas pela editora de Düsseldorf "Eugen Díederíchs Verlag " as obras completas de Kier­kegaard. A tradução é de Emmanuel Hirsch, tendo sido publicadas até agora: Furcht und Zittern * - Einübung im Christentum '" - Die Schriften über sich selbst ~' - Phílosophísehe Brocken * - Erbauliche Réden '" - Der Begriff Angst ;~ - Zur Selbstprüfung ,~ - Literarische Anzeige ,, - Krankheit zum Tode. *
A obra completa terá, provàvelmente, 15 volumes.
TRADUÇÕES FRANCESAS
Le Journal du Séducteur (traduction Gateau, Stock), 1929. *
Le Concept de 1' Angoisse (traduction Ferlov et Gateau, Gallimard), 1935. *
Le Traité du Désespoir (traduction Gateau, Gallimard), 1932. *

Le Banquet (traduction 'I'ísseau, Alcan), 1933. *
Le Concept d' Angoisse (traductíon Tisseau, Alcan), 1935.
Crainte e't Tremblement (traduction Tisseau, Aubier), 1935. *
La Pureté du Coeur (traductton Tisseau, Bazoges-en-Pa­reds, Vendée), 1934.
Pour un examen jle conscience (traduction Tisseau, B:1- zoges-en-Pareds), 1934.
Le droit de mourir pour la vérité. Le Génie er l' Apôtrc (traduction Tisseau, Bazoges-en-Pareds, Vendée), 1935.
Le Souveraín Sacrítícateur . Le Péag·er. La Pécheresse (traduction Tisseau, Bazoges-en-Pareds, Vendée), 1934.
Les lis des champs er Ies oíseaux du ciel (traduction Tis­seau, "'Alcan), 1935.
L'École du Christianisme (traduction Tísseau, Bazcges­en-Pareds, Vendée).
Fragments du Journal (traduits par Gateau, Commerce, XII, 192'7, Nouvelle Revue Française, Ier aoüt 1927).
Fragments, traduits par Tisseau, Foi et Vie, 8 septembre 1934.
Les Riens phílosophiques (traduction Ferlov et Gateau, Gallimard), 1937.
Existence et réalité (traduit par H. Petit, Mesures, octo­bre 1937).
Ou bien. . . Ou bien (Traduit du danais par F. et O.
Prior et M. H. Guignot - Introdution de F. Brandt - 1943). *
Étapes sur le Chemin de la vie (traduit du danais par F. Prior et M. H. Guignot - 1948) . *
- 64- 
Post-Scrrptum anx Miettes Philosophiques (traduit du dano.is par Paul Petit - 1949) . *
Journal - Extrarts - 1834/46 (Traduit du danoís par Knud Ferlov e J. J. Gateau - 1942) . *
Miettes Philosophiques (Traduction Nouvelle de Paul Pe­tit - Le caillou Blanc - 1947) . *
Dtscours Chrétíens (tradução de P. H. Tisseau, Della­chaux et Niestlé, 1952). *
Vie et Reine de 'i•amour (traduit. par P. Villadsen, Au­bier, 1946) . *
TRADUÇÕES INGLESAS
Philosophícat Fragments. with introduction and notes, by D. F. Swenson. Oxford. University Press, 1937.
Eithex·/Or: a Fragment of Life. Volume I translated by David F. and Lillian Marvin Swenson; Volume II translated by Walter Lowrie. Prãnceton University Press, 1944.
The Concept of Dread . Translated by Walter Lowrie.
Princeton, 1944.
Fear and Trembling. Tra.nsla.ted by Walter Lowrie. Prin­ceton, 1941.
Repetition. Translated by Walter Lowrie. Princeton, 1941.
Training iJÍ Christianity (a.nd the Edifying Discou se wich accompanãed It) . Translated by Walter Lov de. Ox-
       ford, 1941.                                                             ·
The Journals of Soeren Kierkegaard: "A" Selection, edi­te'd and translated by Alexander Dru. Oxford, 1938.
Stages on Life's Way. Translated by Walter Lowrie.
Oxford, 1940.
Works of Love. Translated by David F. and Lillian Mar­vin Swenson. Augsburg, 1948.



TRADUÇÕES ITALIANA, ESPANHOLA, ARGENTINA e PORTUGUESA
Os italianos traduziram muitas obras de Kierkegaard, das quais mencionamos sómente as que van der Lubbe possue, todas editadas por Fratelli Bocca (Milano): La Repetizione - 1945, Il Diario dei Seduttore - 1946 e L'ora - 1951.
Não mencionamos aqui a tradução do Diário feita por Cornelio Fabro, por termos nos referido a ela noutro local.
OÓs espanhois e argentinos não traduziram tanto como os italianos. De qualquer modo, o Conceito de Angústia pode ser lido numa edição da Espas,a,-Calpe Argentina, como na da Gallimard. Santiago Rueda editou o Diário de um Sedutor, cm 1951 e Etapas en el camíno de la vida, em 1952. A Editori,al Losada lançou em 1947 o livro Temor e Temblor.
Os portugueses traduziram somente o Desespero Hu­mano, trabalho, de Adolfo oasaes Monteiro - edição da Livraría Tavares Martins, do Pôrto. A publicação desta. obra teve grande importância no conhecimento de Kier­kegaard não pelos portugueses como, também, por parte dos brasileiros.

ESTUDOS SÔBRE KIERKEGAARD
GEORG BRANDES: S. Kierkeg·aard, ein literarisches Charakterbild. Leípzig, 1879.
DELEURAN: Esquisse d'une étude sur S. Kierkegaard.
Paris, 1897.
HOFFDING: S. , Kierkegaard ais Philosoph. Ueber­setzt von A. Dorner u. Chr. Schrempf. (ín Fromanns Klassiker der Philosophie. Herausgegeben von Rich. Falckenberg), 1892. 1902, 1922. *
DELACROIX: Soeren Kierkegaard (Revue de Métaphy­sique, 1900) .
BASCH: Un individualiste religieux. Soeren Kierkegaard (Grande Revue, 1903; recueilli dans Essais d'esthéti­que, de phílosophie et de Iíttérature . Alcan, 1934). *
IÇASSNER: Neue Rundschau, maí 1906.
CH. SCHREMPF: S . Kierkegaard. Ein unfreier Pionier der Frelheit , Mit einem Vorwort von Harald Hõff­ding, 1907.
RAOUL IÍÕFFMANN: Kierkegaard et la certitude reli­gieuse. Genêve, 1907.
  P. MONRAD: S. Kierkegaard, Seín Leben und seine Werke, 1909. ,:,
NIEDERMEYER: S. Kierkegaard und die Romantik, 1910 (Heft II der Abhandlungen zu Philos. u. ihrer Gesch. Herausgegeben v . R. Falckenberg) . 

CHRISTIAN NIELSEN: Der Standpunk't Kierkegaards innerhalb der Religionspsychologie (Erlanger Disser­tation), 1911. *
ED. ASMUSSEN: Entwicklungsgang und Grundprubleme der Philosophie Rasmus Níelsens (Erlanger Diss , 1911). *
WILH. BAUER: Die E'thik S. Kierkegaards (Jenenser Díssertatlon) , 1912.
TH. HAECKER: S. Kierkegaard und die Philosophie der Innerlichkeit, 1913.
.         REUTER: Kierkegaards religionsphilosophische Ge­danken im Verhâltnfs zu Regeis religionsphilosophi­schem System, 1914 (Heft. 23 d. Abhandlungen zur Philos. u. íhrer Gesch. Herausgegeben von Fal­ckenberg) .
HbFFDING: S. Kíerkegaard (Revue de Méte.physicue. 1913).
BELLESSORT: Le Crépuscule d'Elscneur, Revue des Deux Mondes, 1914 (reproduít dans Le Crépuscule d'Elseneur, Perrin, 1926) . *
SODEUR: Kierkegaard und Nietzsche. Versuch einer ver­gleichenden Würdigung Religionsgeschichtl. Volksb. V., Reihe. 14 Heft 1914. *
.        DALLAGO: Ueber eine Schrift S. Kierkegaard u. d.
Philosophie d. Innerlichkeit, 1914.
.         SLOTTY: Die Erkenntnislehre S . A. Kierkegaards Eine ·würdigung seíner Verfasserwirksamkeit vom zentralen Gesiehtspunkt aus (Strassburger Disserta­tion), 1915.
.         E. WEBER·: Zwei Propheten des Irratíonalísmus, Joh. G. Hamarm u. S. Kierkegaard ais Bahnbre­cher der Theologie des Christusglaubens (N. K. Z., XXVIII. .rahrg , 1917, I Heft, S. 23 ff., 2 Heft, s. 77 ff.).
.         RODEMANN: Hamann u. Kíerkegaard (Teildruck), 1922, (Erlanger Diss., 1912) .
C. DALLAGO: Der Christ Kierlregaards (1914), 1922. *

G. B. MUTIUS: Kíerkegaard u. d. heu'tige Deutschland (Zeitwende, 1925, S. 225 ff.) .
.         BOHLIN: Luther, Kíerkegaard u. d. dialektische Theologie (Z. Th. K., 1926, S. 163 ff., 269 ff.) . Reproduzido em Glaube und Offenbarung, 1928.
.         BARTH: Kierkegaa.rd ais Denker (Zw. d. Zeiten, 1926 S . 194 ff. ) .
A. GILG: S. Kierkegaa.rd, 1926. *
G ERHARD NIEDERMEYER: S. Kierkegaard und der Corsar (Zeitwende 1926, S. 449 ff. ) .
A. PAULSEN:' Re1igiositiit oder Glaube. Eine Einfüh-
.a._                   rung in S. Kierkegaard, 1926.
.         GUARDINI: D. Ausgangspunk't d. Denkbewegung S. Ií:ierkegaards (Hochland, 1926-1927, S. 12 ff.). *
.         HIMMELSTRUP: S. Kierkegaard Sokrates-Auffas­sung. Mit einem Vorwort von Míníster Gerh. v. Mutius, 1927 .
.         BOHLIN: Kierkegaard als Apologet (Wort und Tat.
Hefte der Apologetíschen Zentrale für evangelische Weltanschauung und sozíale Arbeit. Heft. 8. Fe­bruar, 1927, S. I ff.).
.         BOHLIN: Kierkegaards dogma'tische Anschauung in ihrem geschichtlichen Zusammenhange. 1927 .
ED. GEISMAR: S. Kierkegaard. Seine Lebensentwíck­Iung u. s. Wirksamkeit ais Schriftsteller, 1927 ff. *
.         KüNNETH: D. Lebre von d. Sünde, dargestellt an d. Verhâltnãs d. Lehre S. Kíerkegaards sur neusten Theologíe, 1927.
G. NIEDERMEYER: Ostern bis Pfingsten 1848, die Wen­de in der religiõsen Krise S. Kierkegaards, zugleich seine erste und entscheidente Berührung mit Luther (Luther Vierteljahrsschrift der Luther-Gesellschaft, 1927, Heft 1-2, S. 42 ff.).
TH. HAECKER: S. Kierkegaard, 1924 (in Christentum u. Kultur, 1927, S. 66 ff.). s.,
ERICH PRZYW ARA: Das Geheimnis Kierkegaard's.
München, 1929. *
CHRISTOPH SCHREMPF: S. Kierkegaard. Eine Bio­graphie (I, 1927; II, 1928) . *
.         DIEM: Methode der Kierkeg·aard - Forschung (ZW. d. Zeiten, 1928, S. 140 ff.) .
.         A. VOIGT: S. Kierkegaard im Kampfe mi't d. Ro­mantík, der Theologie u. d. Kirche. Zur Selbstprü­fung unserer Gegenwart anbefohlen, 1928.
.         WARMUTH: S. Kierkegaard, ein Prophe't der Jnner­lichkeit (Monatsschrift für Pastoraltheologie. Dez., 1928, Heft 12, 24 J ahrg . S. 276 ff.) . *
.         BOHLIN: S. Kierkegaard u. d. religiõse Denken d.
Gegenwart, 1923 (Philos. Reihe. Herausgegeben von Dr. Alfred Werner, 78 Band) .
HbFFDING: Pasêal et Kierkegaard, Revue de Métaphy­sique, 1923.
ED. GEISMAR: Das ethische Stadium bei S. Kierkegaard (Zeãtschr , f. syst . Theol., 1 Jahrg., 1923, 2 Viertel­jahrsheft, S. 227 ff.) .
A. BAEUMLER: Hegel u. Kierkegaard (Deutsche Viertel­jahrsschrift f. Litteraturwiss. u. Geistesgesch., Jahrg. 2, Heft 1, 1924).
BRANDES: Kierkegaard und andere Skandinavische Per­sõnlichkeiten. Dresden, 1924.

HECKE, O.; REICHMANN, Ernani; BOMSKOW, J. Diário de Kierkegaard. Curitiba, PR: [s.n.], 1955. 77 p. (Coleção Kierkegaardiana ; 1834A).

Êste caderno ( 1º da coleção Kierkegaardiana).


sobre : REICHMANN, Ernani